Esse texto é do blog Chuveiro Público. Tive que digitar ele inteiro de novo pq não pode copiar e colar no Blogger. Whatever, vale a pena, adorei super o texto.
A dor e o tédio
Um dia eu vou ter um namorado. Ele vai me apresentar pra família e dizer que eu sou a mulher da vida dele. Vai me levar no cinema, me dar flores e bombons. Vai ouvir as mesmas músicas e gostar dos mesmos filmes que eu. Vai fazer planos comigo e me jurar amor eterno. Ele vai me entediar.
Um dia vou entrar no bar e ele vai acender o meu cigarro e me oferecer uma bebida. Vai pedir meu telefone, mas não vai me ligar no dia seguinte. Ele também vai ser meu namorado. Vai chegar atrasado, desaparecer numa noite de sexta e desligar o celular. Vai voltar com mil desculpas esfarrapadas e eu vou acreditar em todas. Ele vai me deixar maluca!
Não é que eu goste de sofrer. É só que eu prefiro a dor ao tédio. Porque a dor, depois que passa, vira texto. E se não passa, a gente cutuca a ferida aberta e escreve mesmo assim.
As pessoas que eu deixei que me machucassem eram as mais importantes. As que me entediaram, nem com muito esforço teriam me machucado. Aqueles que bagunçaram minha vida, aqueles eu não me esqueço. Acho que esse é o meu problema, eu nunca baguncei a vida de ninguém, nunca machuquei ninguém, vai ver que eu sempre fui a menina boazinha que entediou as pessoas.
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