terça-feira, 27 de abril de 2010

Simples e sucinto


Esperneava, chorava, chutava tudo e com todas as forças que possuia nos pulmões, gritava: "Eu mereço ser feliz!"
A pergunta é: quem define se a pessoa merece ou não a felicidade? Deus? Acho que Ele tem coisas mais importantes pra fazer como matar a fome ou tomar conta dos soldados no Iraque.
Pra mim, a felicidade não é uma coisa que se mereça. Se conquista sozinho. Claro que parte da felicidade depende de outras pessoas, mas a maioria dela ninguém pode fazer muita coisa pra colaborar.
Então, que tal engolir o choro, levantar da cama e fazer a própria felicidade?

Fui, bjs.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Apontamento - Álvaro de Campos


A minha alma partiu-se como um vaso vazio.

Caiu pela escada excessivamente abaixo.

Caiu das mãos da criada descuidada..

Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loça no vaso.


Asneira? Impossível? Sei lá!

Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.

Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.


Fiz barulho na queda como um vaso que se partia.

Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada.

E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.


Não se zanguem com ela.

São tolerantes com ela.

O que era eu um vaso vazio?


Olham os cacos absurdamente conscientes,

Mas conscientes de si mesmos, nao conscientes deles.


Olham e sorriem.

Sorriem tolerantes à criada involuntária.


Alastra a grande escadaria atapetada de estrelas.

Um caco brilha, virado do exterior lustroso, entre os astros.

A minha obra? A minha alma principal? A minha vida?

Um caco.

E os deuses olham-o especialmente, pois não sabem o que ficou ali.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pelo fim da casualidade


Diane Keaton em Alguém Tem Que Ceder
Eu tinha escrito um texto sobre um affair (mais um). Mas a casualidade já tá cansando minha beleza. O ter por ter, o fazer por fazer. Simplespente seguir a mesma exagerada impulsividade de sempre. Pra depois perceber que "não sabe ter intimidade sem ser íntima" (Alguém Tem Que Ceder - 2003). Aí, quando vi que nada do que eu tinha escrito fazia mais sentido pra mim, eu apaguei o texto.


Beijos.