sexta-feira, 8 de julho de 2011

Casamento



Tava vendo o clipe novo da Beyoncé e simplesmente amei o vestido de noiva que ela tá usando. Sonhadora e idiota que sou, já substitui o rosto da Beyonce pelo meu (só o rosto, o corpo ficou igual o dela) e me imaginei no dia do meu casamento. Ai o clipe acabou e eu comecei a pensar em casamento. Como deve ser lindo andar em direção a alguém que quer mesmo ficar com você – e só com você – pra sempre. Deve ser uma emoção fora do normal. Eu sempre choro em casamentos.
Mas ai eu comecei a pensar mais (eu penso demais) e comecei a achar a coisa toda meio forçada. Porque, apesar de eu querer sim me casar um dia, acho que sou um pouco egoísta pra ter esse tipo de relação com alguém. Eu to lutando tanto pela minha independência, que me prender dessa forma parece jogar esforço no lixo. Pelo menos por enquanto. Eu já to sofrendo por antecipação o tanto que eu ainda tenho que estudar, ainda to sem namorado e não tem ninguem pra quem eu olhe e me imagine juntando as escovas de dentes. Sendo assim, por enquanto, quero meu dinheiro, meu apartamento, meu carro. Tudo meu e só meu.
Minha mãe fala que o dia que eu me apaixonar, aliás, o dia que eu começar a amar alguem, eu vou querer dividir tudo e ainda vou me sentir bem com isso. E ela também fala que não são só as coisas materiais que são compartilhadas no casamento e que enquanto essas outras coisas existirem o casamento funciona perfeitamente e os dois são absolutamente felizes. Eu espero do fundo do meu coração que ela esteja certa. Porque eu quero que chegue o dia em que eu vou olhar praquele que estiver me esperando no altar e dizer ‘É tudo nosso, amor!’ sem medo de ser feliz. E eu quero mais ainda. Quero ter o vestido da Beyoncé. E o corpo dela também.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Válvula de escape




Os olhos abrem e se fecham porque a janela do quarto ficou aberta, e aquela luz era uma merda. A porcaria do despertador, que deveria ter tocado só em duas horas mas tocou em dois segundos, a fez perceber que o braço ficou embaixo do corpo e agora é como se tivesse sido amputado. Ainda estava de calça jeans e sem blusa. Olhou pro teto e pro outro lado da cama e agradeceu por estar na sua cama, na sua casa e sozinha.
"Tem que levantar, tem que levantar. Fazer o que."
No banheiro olhava no espelho, mas nem percebia a propria imagem, tentando lembrar como tinha chegado em casa e o que tinha acontecido mesmo?
A lente escura dos óculos ajudavam pelo menos a disfarçar a dor de cabeça latejante. Os olhos ainda borrados de rimel por conta da imensa inércia que a possuia (não sabia de onde tinha tirado forças pra se trocar e escovar os dentes) e o estômago embolado, pronto pra esvaziar (de novo) a qualquer movimento mais brusco.
- Bom dia!
A vontade de mandar um "Bom dia pra quem?" bem educado, pra perceberem que não é dia de conversa. Mas é pensar demais, se esforçar demais.
- Bom dia.
Antes mesmo de tomar o seu grande kit aspirina + café + (muita) água, olhou praquela pilha de papéis, praquela bagunça que estava sua mesa e se irritou. Se irritou com o quanto não queria estar lá, com o quanto não queria resolver problema nenhum. Estava naquela situação deplorável justamente porque queria esquecer os problemas. Funcionou na hora, mas agora se lembrava de todos os problemas e não tinha quase nenhuma memória da noite anterior.


José, seu lindo. Essa é pra você, meu companheiro de todas as noites mas que, infelizmente, pega mal se estiver comigo durante o dia.