segunda-feira, 4 de abril de 2011

Diferente


Sentia aquela velha dor... naquele velho espaço entre o estômago e o coração. Apertava, comia mil chocolates, chorava. Mas a dor era persistente, em forma de saudade, e ela dava nota 8 em uma escala de 0 a 10. Tinha como fator de melhora a distração, e como fator de piora a lembrança.

Dizia que era diferente dessa vez, que não doía por algo que tinha acabado. Doía por algo que ela percebeu que nunca tinha acontecido, e ela tinha saudade de quando achava que acontecia. Saudades de quando era boba, ingênua, burra... mas ao menos estava apaixonada. Ao menos tinha com quem conversar por horas sobre qualquer coisa que quisesse. Era alguem que a conhecia e a entendia como ninguem. Tinha com quem trocar mensagens que, por mais que não traduziam a realidade do que realmente acontecia naquele pseudo-relacionamento, a faziam dormir melhor. Tinha com quem contar, quando queria simplesmente o mínimo do contato fisico entre duas pessoas de sexos opostos.

E por mais que fosse tudo mentira, tudo enganação, ela tinha muitas saudades. Porque ela se sentia tão bem e segura de pensar que tinha alguém por ela, sempre, pra tudo. Por duas vezes quase esquecera tudo o que passara. Precisava do seu amigo e digitou uma mensagem, digitou o numero. Ai lembrou-se da promessa de não cometer os mesmos velhos erros. Não enviou.

E não vai enviar. Porque ela sabe que sempre o que sobram são as coisas boas e que o tempo cura qualquer coisa. E logo ela esqueceria dos litros de lágrimas, não fossem pelas marcas que cada uma deixou no travesseiro ao longo dos anos. Não que ela não tenha esquecido e perdoado antes, mas apesar de acreditar que as pessoas podem mudar, paciência é uma coisa que tem limite. E finalmente, a dela acabou.

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