quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ainda é cedo.

Acho que todo mundo sabe como é ruim cutucar uma ferida. E acredito que sempre tentamos, de todas as formas, nos proteger de qualquer aborrecimento, até que a ferida feche. Não que pare de doer, mas a gente segue a vida.
É estranho, antes de acontecer você pensa: "não, nunca vai acontecer comigo". Mas pode ter certeza, vai acontecer se não com você, com alguém muito próximo. E dói tanto, é inexplicável... perder alguém que você ama. E dói mais se sentir tão incapaz, tão inútil perto de algo que é tão invasivo e silencioso. Silencioso até que resolve dar as caras e destruir tudo. Vai indo devagarzinho, pedaço por pedaço do corpo. Até que a pessoa não tem mais de onde tirar forças pra lutar e se deixa ir embora.
E todo mundo sofre. Eu mesma, sofri como nunca tinha sofrido antes. E me deixei sofrer. Pra que assim que melhorasse, eu pudesse seguir em frente.
E foi assim que aconteceu. Chorei, me descontrolei e depois parei.
Até pouco tempo atrás, quando descobri que está acontecendo de novo. Com alguém tão amado e tão querido. E dessa vez eu me sinto muito mais incapaz por se tratar de uma pessoa já debilitada. Eu não estou discrente. A cirurgia nem aconteceu ainda. Só estou lidando com os fatos. E estou com medo.
A morte demorou pra entrar na minha vida, e eu definitivamente não sei e nem quero aprender a lidar com ela. Assim como o câncer, que está na minha família faz tempo e não para de causar dor pra todas as gerações.
Perder as pessoas faz parte da vida. Não é uma coisa com que se possa acostumar, mas acontece.
Só que ainda tá muito cedo.
Eu sei que parece extremamente egoísta, mas é que eu estou com tanto medo. Não to pronta pra perder mais uma pessoa em tão pouco tempo.
To abrindo meu coração aqui, pq não consigo falar. To me escondendo mesmo, e evitando o assunto ao máximo até que tudo fique bem.

I.

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